terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Somos Seres Humanos!

Aqui se vislumbra, como um clarão atômico,
A negação pelo homem do real do poder,
Onde não se quer saber da carniça por ele produzida,
E assim caminha-se, desde sempre, nas estradas da civilização,
Como se fosse preciso ao homem,
Viver permanentemente imerso numa cegueira saramaguiana,
E o é, não nos iludamos!
Até quando alguém, desavisado, e por motivos nada altruístas,
Expõe a carniça que se produz por trás da máscara civilizada,
Emerge, de súbito, o humano, desumanizado, real!
Tal mecanismo de negação nos faz acomodar,
Nos entorpece, e nos mantém impolutos diante da existência,
Somos seres humanos!
Assim o é também nas relações com o estado,
Cujo único controle possível é a exposição de sua produção fétida,
A história está repleta desses momentos sublimes!
O homem mantém o homem serviçal para não se deparar com a própria merda,
É preciso, veementemente, negar!
Mas o que o homem esquece é que o Outro também é Outro homem,
E a merda desperta....e só ela pode libertar para a produção...de novas,
alheias, e infinitas merdas...
Talvez, no fundo, queiramos, de fato,
Nos manter juntos no inferno!

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