Gosto
dessa coisa assim,
Que
anoitece...
Que
refresca...suaviza e envolve a pele...
Que
vai dando lugar à doçura,
Que
traz quem já não mais está...
Gosto
do silêncio e da calma,
Que
faz pensar...mergulhar em profundidades abissais...
Que
invade os labirintos de mim...
Gosto
daquele sorriso,
Que
me acariciava o espírito...
Que
escancarava as portas do mundo...
Gosto
da inquietude daquele ser,
Que
me trazia energia...
Que
me estimulava a vida...
Gosto
daquele olhar,
Que
dizia, e insistia, que ainda há muito a descobrir...
Que
disfarçava o medo e a insegurança...mas que ia e vai adiante...
Que
desnudava a alma vibrante...gigante...incomensuravelmente bela...
Que
se expande em gestos de tamanha nobreza...
Mas
todos os caminhos são indefinidos,
Não
há caminhos traçados,
Todos
os caminhos são construídos...
...Mas
há o hiato do tempo...
E
ele, o tempo, que grande gozador!
Chronos
brincalhão, uniu-se a Eros e a Psiquê,
Para
me fazer brincar de viver...
Imagem: Polidoro castrando Chronos, Da Caravaggio