sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Cronos, Eros e Psiquê

Gosto dessa coisa assim,
Que anoitece...
Que refresca...suaviza e envolve a pele...
Que vai dando lugar à doçura,
Que traz quem já não mais está...
Gosto do silêncio e da calma,
Que faz pensar...mergulhar em profundidades abissais...
Que invade os labirintos de mim...

Gosto daquele sorriso,
Que me acariciava o espírito...
Que escancarava as portas do mundo...
Gosto da inquietude daquele ser,
Que me trazia energia...
Que me estimulava a vida...
Gosto daquele olhar,
Que dizia, e insistia, que ainda há muito a descobrir...
Que disfarçava o medo e a insegurança...mas que ia e vai adiante...
Que desnudava a alma vibrante...gigante...incomensuravelmente bela...
Que se expande em gestos de tamanha nobreza...

Mas todos os caminhos são indefinidos,
Não há caminhos traçados,
Todos os caminhos são construídos...
...Mas há o hiato do tempo...
E ele, o tempo, que grande gozador!
Chronos brincalhão, uniu-se a Eros e a Psiquê,
Para me fazer brincar de viver...

Imagem: Polidoro castrando Chronos, Da Caravaggio

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