terça-feira, 23 de agosto de 2016

Flor do Desejo

De minhas profundas sombras,
Escuridão do não-ser, outro ser...outro eu...eu...
Emerge a mais perfeita de todas as criaturas,
Atravessa como um raio o espaço-tempo,
Viceja no infante o mais incontrolável desejo,
E acende no corpo um empuxo de alma,
Flamejantes afetos que o circundam,
Ardentes labaredas emanam de divina criatura,
Do fundo dos bosques, do seio da mata...homem, menino, animal...divindade...
Cada parte daquele corpo é templo à adoração,
Aguça-se assim mais e mais e mais desejo,
E a carne rija, encouraçada-abençoada, se faz trêmula,
Rasgam-se os limites impostos pelo pátrio poder,
Flor do desejo em seu desabrochar,
E a lassidão na entrega ao senhor de imensas trevas, de escuridões,
Mobiliza sentidos para um encontro fatal...
E por fim, enfim...o desfazimento liquefação de nós,
...em gozo absoluto.

Imagem: WEB

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